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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A Menina que Sonhava Conquistar o Mundo



Olá Bunnies!!!

Para mim, o mês de Janeiro não traz apenas um novo ano, traz também o meu aniversário e literalmente um novo ano.
Este já é o 26º que passo pelo planeta terra e fico sempre um pouco deprimida nesta altura, não sei bem porquê, penso que seja por sentir que a vida fica cada vez mais curta para conseguir fazer tudo o que quero....e acreditem, é mesmo muita coisa.
Acho que no fundo, também, nunca quis crescer, por mim ainda hoje era a mesma menininha traquina de sorriso fácil que subia a telhados e era chamada de maria rapaz pela avó, sempre com os joelhos esfolados, a tomar o seu leite com chocolate e pão com manteiga feitos pelo pai, a caçar insectos, a adoptar animais que não me pertenciam, sempre a imaginar mundos incríveis que cabiam dentro do meu jardim.
Uma coisa nunca mudou. Sempre tive sonhos.




Nasci com uma imaginação que se provou demasiado grande para o mundo onde vivia, tinha sempre que chegar mais longe, sonhar mais alto ou não conseguia sentir-me viva....e ainda hoje assim é.
Quando era pequena sonhava em ser veterinária, ou cientista, sempre adorei animais, insectos, perceber como a vida deles era em comparação com a minha, o que comiam, quando dormiam, podiam viver com outros animais diferentes?
E um dia decidi que ficar num consultório a dar consultas a bixinhos, a vê-los morrer muitas vezes, não era para mim, não, para mim tinha que ser ainda mais alto, tinha que ir para onde os animais viviam livremente, gravar tudo o que eles faziam, estar perto deles, de animais que eu nunca tinha visto a não ser em zoos ou na televisão.
Penso que foi nessa altura que decidi tornar-me jornalista. Queria trabalhar na BBC e viajar pelo mundo a fazer documentários da vida selvagem.
Muita gente que me acompanhou na minha vida, nunca percebeu como passei de veterinária para jornalista, mas foi exactamente assim, não foi uma troca tão despropositada como muitos pensam...
O facto de gostar de escrever também começou a ter grande influência nas decisões que tomava. Sempre fui apaixonada pela escrita, porque sempre fui apaixonada por criar, e escrever é poder criar mundos que vão além do nosso, é poder conhecer pessoas que nunca conheceríamos de outra forma, e é esta paixão que se mantém até hoje em mim.
Eu sei, desde os meus 14 anos de idade, que o meu maior sonho, aquele que tornaria a minha vida completa é ser escritora. Apesar de muita gente pensar que eu ambiciono uma vida de glamour com festas, roupas de designer, montanhas de maquilhagem, fotografias, brilho, etc....na verdade a vida que mais ambiciono é uma casa de campo com um bonito jardim, quem sabe até um alpendre com aqueles sofás de baloiço (sempre quis um desde que vi um ao vivo quando tinha 4 anos), gatos, e escrever, saber que a minha vida, aquilo que me sustenta no mundo é a minha imaginação....isso será a perfeição para mim.



Tinha também 14 anos quando decidi que não ia viver em Portugal para sempre, nessa altura as pessoas achavam que eu era maluca, era censurada por não demonstrar amor à bandeira e ao país que me viu nascer. A questão não era essa, não era não gostar de Portugal, era saber que, eventualmente, Portugal tornar-se-ia demasiado pequeno para mim, mas....Com 14 anos, ninguém pensa em sair do país, só a louca da Gabriela que pintou o cabelo de loiro para ficar igual à Buffy.
Na verdade, houve momentos em que me senti mais ligada a Portugal, mas no fundo sempre soube que não era aqui que se desenrolaria o meu futuro e esse desejo pequenino nunca me abandonou por completo.
Curiosamente, hoje, 12 anos depois, estou a preparar tudo para seguir esse sonho de pequenina, e estou assustada. Ahahaha
Acho que nunca pensei que ficaria tão assustada em seguir um sonho meu, ainda por cima um tão antigo, mas a verdade é que, como fui percebendo ao longo destes anos, as melhores decisões que podemos tomar começam sempre com medo, porque implicam mudança (às vezes uma bem radical) e mudar assusta-nos sempre.
A capacidade de vencer esse medo e ver o que está mais além é o que nos leva longe no caminho que queremos seguir.
Neste momento não posso ter certezas de nada, não sei onde me vai levar esta minha aventura, nem que caminhos vou ter que percorrer, mas de uma coisa estou certa, sei exactamente onde quero chegar, e isso vai ter que bastar por agora. Às vezes é mesmo isso "a esperança é a última a morrer" e é por isso que sempre defendi que nos devíamos agarrar a ela, no fundo, sonhos são isso mesmo, as maiores esperanças que temos.
Apesar de assustada, inicio esta etapa de bem com o mundo, foi a única condição que impus a mim própria, para avançar tinha que ter paz interior.
Durante muito tempo (e isso dava um outro post gigante) debati-me com os meus"demónios" interiores, errei, sentia-me culpada de ter errado, outros magoaram-me e fiquei ressentida com eles por isso.
Eventualmente, percebi que não nos podemos culpar para sempre, que errar faz parte do que somos como seres humanos, e que, se aprender-mos algo com os nossos erros, então não faz mal dizer "eu perdoo-me" e seguir em frente sem olhar para trás.
Com os outros é um pouco assim também. Aprendi que na nossa vida vamos sempre cruzar-nos com outras pessoas que não controla-mos, e essas pessoas vão-nos magoar eventualmente, muitas vezes não vão saber pedir desculpa, muitas vezes não vão sequer saber assumir que erraram. Mas, se procura-mos paz interior é nossa obrigação perdoar no nosso coração quem um dia nos feriu, apagar as mágoas que ficaram pois essas, como os nossos erros, estão no passado e são apenas ecos do que um dia foi, e só nos atingem se nós assim permitir-mos.
Por isso hoje sinto-me em paz, sei que provavelmente muitos mais obstáculos aparecerão, é impossível não aparecerem, mas também muitos momentos bons virão juntos.
A vida é assim mesmo.
Ontem a menina de 6 anos que sonhava com castelos encantados e selvas misteriosas, hoje a menina-mulher de 26 que sonha com novos destinos, novas pessoas, um novo futuro.


No fundo somos a mesma, os sonhos continuam lá, a forma de os atingir é que se tornou diferente.



XoXo
Melody  

3 comentários:

  1. uau que texto tão bonito, adorei e adorei ficar a conhecer-te um pouco melhor :)
    Mais uma vez parabéns querida!! :)

    xoxo

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  2. Adorei o teu texto e parabéns! És tão bonita :3


    XO ♥
    http://aruivablog.blogspot.pt/

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  3. minha linda ,adorei o texto, eu tb procuro paz interior com tanta fome...alias uma das resoluções de este ano, vai ser minimizar mais, chega de levar as coisas á letra e sofrer de ansiedade, apesar de não ter essa fúria de sair do país, se calhar porque vivo no Algarve e levo com os estrangeiros na maior parte das vezes bêbados, e acabo por achar que é tudo farinha do mesmo saco, entendo essa fome de mudança!!!
    beijinhos linda...

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